Com a melhora na qualidade e com preços que podem ser até 20% mais baixos que os concorrentes, os produtos com marca própria seguem se consolidando na economia nacional, dentro do setor supermercadista.
Os produtos de marca própria estão vendendo cada vez mais, alinhados com o que o consumidor deseja e procura. No entanto, somente uma minoria das redes de supermercados utiliza essa estratégia.
A participação de mercado dessas linhas é em torno de 1% a 5% no autosserviço brasileiro, segundo dados da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (ABMAPRO). Ou seja, apesar de vir apresentando crescimento, ainda é pequena, ficando atrás de países como Equador e Argentina.
Apesar disso, os números surpreendem e não deixam dúvidas de que existem muitas oportunidades nessa área para serem exploradas.
A Marca Própria está presente em 32 milhões de lares brasileiros
Elas não são anunciadas nos comerciais de TV, nem contam com a participação de garotos-propaganda de sucesso. Ainda assim, produtos com marca própria têm espaço garantido na cesta de compra dos clientes.
Elas se fazem presentes em 32 milhões de lares brasileiros. Um dado expressivo que representa um crescimento de 68% em valor registrado nos últimos 8 anos.
O segredo do sucesso destes produtos está, principalmente, na excelente relação custo-benefício.
Além do aspecto financeiro, a qualidade da mercadoria também tem surpreendido cada vez mais. Em muitos casos, esta qualidade pode ser comparada às principais marcas do mercado.
Fatores que ajudam no bom desempenho
As redes de supermercados utilizam a estratégia de marca própria para gerar produtos com preços mais acessíveis, mantendo a qualidade desses itens. Isso é possível porque esses varejistas não precisam investir em publicidade, nem no ponto de venda onde os produtos serão expostos.
A única barreira que eles precisam vencer é a desconfiança do próprio consumidor. Porém, depois de testar essas marcas, comprova a qualidade e se anima com a vantagem dos preços.
Neste ponto, a retração econômica ajudou a vencer essas barreiras. Afinal, em tempos de recessão, os clientes ficam mais exigentes e propensos a pensar nos preços. Com isso, tendem a olhar também para os produtos concorrentes, expostos ao lado dos líderes, na hora de conferir as promoções. Quando isso acontece, a decisão do cliente por comprar um produto de marca própria pode vir de forma natural.
Vantagens em investir em marca própria
Aumento da rentabilidade
Entre os diversos fatores que justificam o investimento em uma marca própria, o principal deles está relacionado à rentabilidade, pois ela tende a aumentar devido a inexistência de intermediários no processo de compra dos produtos. Apenas será feita uma negociação entre a rede de supermercados e o fabricante do produto.
No entanto, vale ressaltar que tanto a indústria quanto as redes varejistas têm a ganhar com a marca própria. Afinal, se por um lado os comerciantes têm fornecedores parceiros que podem lhes garantir qualidade, do outro a indústria também se beneficia, garantindo uma produção certa e recorrente de produtos. Além disso, se os produtos começarem a fazer sucesso, a tendência é que a produção e o mix de produtos aumentem.
Fidelização dos clientes
Outro grande ponto que mostra que o investimento em marca própria é um bom negócio, está na fidelização dos clientes. Quando você tem um produto exclusivo, que agrada o consumidor, ele criará o hábito que o fará comprar novamente. E como o produto é uma exclusividade do seu supermercado, ele comprará de você sempre que precisar.
Diferenciação das marcas
Essa estratégia é importante para não confundir o consumidor e agregar valor aos produtos. Para que isso não aconteça, o ideal é investir em uma marca própria para produtos de diferentes setores do supermercado.
Crie as marcas pensando no produto e não se concentre em colocar o nome da rede ou da sua empresa em tudo. Crie nomes e identidades específicos para cada uma delas. Isso faz com que o consumidor tenha a sensação de que está comprando um produto de marca nova, ou uma marca que ele não está habituado a utilizar.
Lógico que você precisará informar que aquele produto faz parte de uma categoria de marca própria. Mas existem outras formas de compensar esta identificação. O nome da empresa pode aparecer sim, mas de forma discreta. Lembre-se de que a marca própria vende o produto, portanto não necessariamente precisa estar diretamente ligada à sua loja.
O que é preciso para se dar bem com sua marca própria
Pra dar certo, uma estratégia de marca própria exige que o varejista esteja bem estruturado internamente. Afinal, gerenciar sua linha de produtos é diferente de apenas colocar um rótulo bacana.
É preciso ter um posicionamento bem definido e ficar atento a alguns fatores:
- Dar atenção a escolha dos fornecedores para assegurar a qualidade do produto oferecido
- Definir a arquitetura da marca própria, criando ações específicas para promovê-la
- Criar uma estratégia de sortimento adequada para o cliente
- Possuir uma equipe interna, capacitada para fazer a gestão dessas marcas
- Além de qualidade e preço acessível, é preciso inovar e agregar valor aos produtos
Pensando, agora, lá na frente
Apesar da estratégia ser usada com mais frequência pelas grandes redes, isso não impede que os pequenos varejos também tomem essa iniciativa. Há um espaço enorme para esses investimentos e a tendência é que eles aumentem ainda mais.
Portanto, se você ainda está com dúvidas para criar a marca própria do seu estabelecimento, é bom se apressar. Esta já é uma prática qye existe a alguns anos e, portanto, pode se tornar um excelente gatilho para escapar dos problemas de negociação e rentabilidade.
E pra você que está procurando o seu alvo, uma dica bônus
As grandes apostas para o futuro são as categorias premium e aquelas com apelo de saudabilidade (produtos saudáveis, orgânicos, etc). Abrir espaço -agora- para elas na sua estratégia pode ser um grande diferencial.
Afinal, se marca própria não fosse um ótimo negócio, ela não estaria presente na maioria dos grandes players do mercado varejista.