Supermercados devem preparar os estabelecimentos para bem receber esse novo perfil de clientes, oferecendo rapidez e praticidade.
O perfil de quem vai ao supermercado mudou bastante nos últimos anos. Além de cortar gastos para se adequar a uma nova realidade econômica, o consumidor está com menos tempo para realizar suas compras e mais preocupado com a saúde.
Tudo isso tem se refletido no valor gasto nas compras e na frequência das visitas aos estabelecimentos.
O consumidor está gastando menos e indo mais vezes ao supermercado
O novo perfil de quem vai ao supermercado foi comprovado em uma pesquisa realizada pela APAS – Associação Paulista de Supermercados em conjunto com o Ibope Inteligência (2017).
Segundo dados do estudo, o brasileiro tem ido quatro vezes por mês ao supermercado e, pelo menos, 33% deles têm o hábito de ir uma vez na semana.
Entre as diversas razões que motivam esse comportamento, a principal delas está no desejo de poupar e evitar desperdícios nas compras.
Para chegar lá, o consumidor tem feito a sua tarefa de casa. Tem preferido comprar aos poucos, colocando os gastos na ponta do lápis para equilibrar o orçamento doméstico. E o mais importante: sem precisar abrir mão das suas aspirações e de tudo o que já conquistou até aqui.
As pessoas estão cortando gastos, mas não querem abrir mão das suas conquistas
Com a crise, o brasileiro percebeu a importância de se planejar para conseguir superar os desafios e fazer mais com menos dinheiro no bolso.
Com isso a pesquisa de preço ganhou mais importância no processo de compra.
Segundo a APAS (2017) a maioria (69%) dos consumidores declara que analisa os valores dos produtos. Entre as mulheres esse hábito atinge 74%.
Mas, para economizar, o consumidor tem ido mais além.
Com isso, aquele carrinho, antes abarrotado de produtos e pensado para durar o mês inteiro, agora tem sido substituído por cestinhas ou carrinhos menores.
Com essas estratégias, os consumidores estão gastando 12% a menos e estão levando 9% a mais de itens para casa.
Oportunidades e desafios dessa nova demanda
Com consumidores mais conscientes e bem informados, as estratégias de vendas dos supermercados precisam ser mais sofisticadas. Do mesmo modo, o sortimento de produtos também precisa ser adequado para atender esta nova demanda.
Nessa dinâmica, a grande questão passa ser agregar valor aos produtos, para que os consumidores fiquem menos sensíveis aos preços.
Quando você consegue fazer isso, seja pela praticidade ou pela promessa de um tipo de benefício, a concorrência pelo preço menor fica em segundo plano.
Nesta linha de raciocínio, veja como você pode se adaptar ao novo perfil de quem vai ao supermercado e lucrar mais com isso.
Fique atento ao perfil de quem vai ao supermercado
Você conhece o perfil de quem vai ao seu supermercado? Sabe quais são as necessidades, desejos e limitações desse público? Consegue dizer quantas pessoas entraram no seu estabelecimento hoje? Qual o ticket médio de cada um deles?
Ao desconhecer essas respostas você pode cometer erros graves que podem desestimular o consumo, e fazer o cliente abandonar o carrinho.
Vamos pensar no público sênior, por exemplo. Manter carrinhos pesados demais, seções pouco iluminadas e mal sinalizadas, vai criar dificuldades para esse grupo na hora da compra. E quando as limitações não são atendidas a venda não acontece.
Saia da lógica do volume e foque em categorias rentáveis
Se os clientes têm preferido ir mais vezes ao supermercado e estão levando menos itens a cada visita, os estabelecimentos precisam encontrar outras formas de manter a sua lucratividade, sem se concentrar apenas no volume.
Incentivar a venda de categorias mais rentáveis, como produtos com apelo saudável, linhas gourmet, cervejas especiais, itens de perfumaria, bazar, etc, tem sido uma solução interessante e que tem dado certo dentro das lojas e supermercados.
A ideia com essa estratégia é conseguir melhorar as margens, incentivando o consumo pelos benefícios e a percepção de valor que essas categorias agregam.
A saúde como protagonista no seu supermercado
O setor de hortifruti é um exemplo a ser destacado, pois representa uma grande oportunidade para o setor supermercadista. Afinal, os consumidores têm preferido produtos mais saudáveis e as refeições em casa tem sido cada vez mais frequentes.
Uma recente pesquisa confirma esses dados, ao revelar que 81% dos brasileiros tem o hábito de cozinhar todos os dias. E que a saúde é a terceira maior preocupação do país, atrás apenas da violência e da crise econômica.
Portanto, muito mais do que uma necessidade, o ato de cozinhar tem caído no gosto da população. Ele é incentivado, principalmente, por reality shows com temática culinária e a maior preocupação com a saúde.
Por isso, se bem aproveitada, a seção de hortifruti pode trazer grandes resultados, elevando a margem de lucro dos supermercados.
Cuide da exposição dos produtos e oriente o consumo
Chamar a atenção para a categoria e seus benefícios tem sido um dos caminhos de maior sucesso para melhorar a margem de lucro dos supermercados.
Para isso, além de cuidar da exposição dos produtos, é preciso orientar o consumidor sobre o seu uso e, ainda, oferecer um sortimento adequado na categoria para contemplar os diferentes perfis de clientes que visitam o seu supermercado.
Afinal, cada comprador é uma pessoa com gostos únicos, acima de qualquer estereótipo.
Índice
- O consumidor está gastando menos e indo mais vezes ao supermercado
- As pessoas estão cortando gastos, mas não querem abrir mão das suas conquistas
- Oportunidades e desafios dessa nova demanda
- Fique atento ao perfil de quem vai ao supermercado
- Saia da lógica do volume e foque em categorias rentáveis
- Cuide da exposição dos produtos e oriente o consumo